Todos os dias, no final da tarde, adolescentes do bairro Tancredo Neves, em Rio Branco (AC), se reúnem para jogar futebol no Cemitério Jardim da Saudade. É o principal ponto de lazer deles, no plaino de uma uma pequena área, nos fundos do cemitério, onde ninguém é enterrado porque acumula muita água durante o inverno amazônico. Contam que não têm acesso à quadra de esportes que existe no bairro, que é permanentemente controlada por adultos, sendo alguns usuários de drogas. Além disso, reclamam que frequentemente aterram as valas que os coveiros costumam abrir na tentativa de impedi-los de bater pelada. Um deles foi além: mostrou que a rua não dispõe de postes e que os moradores são obrigados a improvisar ligações de energia elétrica partir da outra rua. Parte da cerca de madeira do cemitério apodreceu e está no chão. E eu prometi que faria chegar ao conhecimento do prefeito Marcus Alexandre o relato deles. Atrás da bola só não corre quem já morreu.